Na floresta amazônica, um ingrediente natural promissor pode transformar o tratamento de feridas: o própolis produzido pela abelha-canudo, espécie nativa da região. A substância demonstrou alto poder cicatrizante, superior ao de diversos medicamentos disponíveis no mercado.
O estudo inédito, conduzido por pesquisadores da Embrapa em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), revelou que o própolis tem fortes propriedades bactericidas, antibióticas e regenerativas, com eficácia acima dos padrões exigidos pelo Ministério da Agricultura.
"Foi surpreendente. A atividade cicatrizante foi excelente e, em análises microscópicas, até melhor, pela alta produção de fibras colágenas, o que favorece a remodelação do tecido", explicou o professor Nilton Muto, da UFPA.
O própolis foi coletado em áreas de cultivo de açaí, onde a abelha-canudo atua como polinizadora natural. A substância deu origem a um creme cicatrizante, ainda em fase experimental, sem previsão de entrada no mercado.
Segundo Anderson Schwamke, técnico da Embrapa, o resultado comprova o potencial da biodiversidade amazônica para usos farmacológicos.
"A própolis já é conhecida em espécies de abelhas com ferrão, mas, nesta espécie amazônica, os resultados são ainda mais satisfatórios, superiores a muitos outros produtos. Representa bem a riqueza da nossa biodiversidade”, destacou.
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